Boticas acolhe esta semana o 9.º Encontro Nacional pela Justiça Climática

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A nona edição do Encontro Nacional pela Justiça Climática realiza-se esta semana, de 5 a 7 de abril, em Boticas, no distrito de Vila Real. Este evento anual promovido por cerca de três dezenas de organizações reunirá ativistas, cientistas, líderes comunitários e cidadãos para debater e desenvolver estratégias para travar a crise climática “através de uma transição energética, alinhada com os prazos ditados pela ciência e direcionada para a justiça climática e social, que deve ser coordenada, equilibrada e não deixar ninguém para trás”.

A apresentação do Encontro sublinha que esta nona edição “surge numa altura fundamental nas lutas do movimento climático em Portugal” e em que existe um “falhanço institucional e governamental” na resposta à crise climática, que “deixa clara a necessidade da organização e da resistência da ação popular e cidadã para travar o caos climático”.

O local escolhido para acolher o Encontro, numa zona ameaçada pelos projetos de extração mineira de lítio, “pretende demonstrar solidariedade com a luta dos movimentos locais pela preservação das suas culturas, práticas e modos de vida, em harmonia e simbiose com o seu meio”.

As organizações chamam a atenção para os impactos destes projetos e o seu legado ambiental, social, económico deixado para as gerações futuras. Por outro lado, contestam uma “exploração predatória que apenas visa a extração rápida de recursos minerais, sem garantir que todo o processo de transformação ocorra no país, criando uma cadeia de valor que não seria alcançada apenas com a abertura de uma mina”. E que esse projeto seja promovido sob a bandeira da “mineração verde, um  conceito manipulador que tenta criar a ilusão de uma atividade sem impactos”.

“As populações locais, que mantêm este território há séculos, sabem que a crise climática e ecológica não se combate destruindo regiões como esta, em prol do lucro de algumas empresas, mas sim preservando-as”, concluem.

O 9.º Encontro pela Justiça Climática é organizado pela  Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, Climáximo, Empregos para o Clima, Montalegre Com Vida, MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, OIKOS, Quercus, Sciaena, Último Recurso, UMAR, Unidos em Defesa de Covas do Barroso, XR Portugal e a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável.  E conta com o apoio da Associação Dunas Livres, Associação Unidos pela Natureza, Coopérnico, Ecomood Portugal, GEOTA, GPSA – Preservação da Serra da Argemela, Instituto Marquês Valle Flor, MiningWatch Portugal/Observatório Ibérico da Mineração, Movimento SOS Serra d’Arga, Povo e Natureza do Barroso, Reboot, Rede para o Decrescimento, Scientist Rebellion Portugal, TROCA – Plataforma por um Comércio Internacional Justo, Veredas da Estrela e Youth Climate Leaders.

As várias atividades do Encontro irão decorrer no Auditório Municipal, na Junta de Freguesia de Boticas e Granja e no Auditório Nadir Afonso. O programa está disponível aqui e inclui sessões sobre transportes públicos, a exploração mineira na serra da Argemela e no Barroso, ferrovia ibérica, ameaças ao solo e aos oceanos, litigância climática em torno do lítio, comunidades de energia renovável, ecofeminismo, prioridades para o movimento climático e assembleias cidadãs. Na noite de sábado há programação cultural com o Grupo de Teatro Comunitário do Campo e música com Carlos Libo, Jorge Oliveira e projeto sá flor. A organização disponibiliza alojamento gratuito nas instalações da Junta de Freguesia ou em Carvalhelhos e as inscrições podem ser feitas aqui.

Artigo Esquerda.net

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